A Reforma Tributária entra na vida real
Depois de décadas de debates, a Reforma Tributária finalmente começa a sair do papel. Com a promulgação das leis complementares que instituem o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o Brasil entra em uma nova era de simplificação fiscal. O desafio agora é a fase de regulamentação, que definirá o funcionamento do Comitê Gestor Nacional, a repartição entre União, Estados e Municípios e as regras de transição até 2033.
No Ceará, a mudança desperta expectativas. Municípios de forte base comercial, como Fortaleza e Juazeiro do Norte, terão que ajustar seus sistemas para acompanhar o repasse automático da receita. A boa notícia é a redução da guerra fiscal e o aumento da previsibilidade para empresários. A má notícia: a adaptação exigirá tecnologia, capacitação e transparência.
A promessa é que o novo modelo simplifique o pagamento de tributos e estimule a competitividade. Mas o êxito dependerá da forma como o sistema for implantado. A reforma é estrutural, mas não mágica. O Brasil só ganhará eficiência se União, Estados e Municípios colaborarem — sem improvisos e sem revanchismo político.


