Por uma Questão de Ética 10 – Adv.Adriano Pinto
Imprensa que desinforma
I.- Publicou a Folha de São Paulo em 17.09.202, com chamada na primeira folha:
Desigual, socorro da União não atendeu à emergência.
O programa de socorro a estados e municípios para enfrentamento da pandemia teve resultados desiguais. Enquanto algumas administrações receberam recursos mesmo sem perda de arrecadação, outras não tiveram o suficiente para compensar a queda nas receitas. Este foi o caso de oito estados, incluindo os quatro do Sudeste, e três capitais. Além disso, a distribuição não teve ligação com as necessidades da emergência, quando se considera a relação entre transferências e os locais com maior índice de mortes por habitante. As conclusões são parte de um trabalho do grupo de pesquisa em orçamento da EACH/USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo), com base nos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária para o primeiro semestre de 2019 e de 2020.
II.- Tanto a manchete para a matéria, como o seu conteúdo, busca levar ao leitor desavisado, suposta base fática de que o governo federal ao distribuir recursos para estados e municípios destinados a socorrer a luta contra a pandemia, discriminou destinatários.
Faz-se assim, para desviar atenção para o fato concreto do emprenho da gestão federal em contribuir para o combate à pandemia, mesmo quando estados e municípios atuaram judicialmente para firmar independência no enfrentamento da calamidade na saúde publica.
Falta explicar para o publico desatento, o que significa dizer que “receberam recursos mesmo sem perda de arrecadação, outras não tiveram o suficiente para compensar a queda nas receitas.”
Ora, não pode ser cobrado do governo federal a ausência de gestões estaduais e municipais que colocaram os destinatários do socorro financeiro motivado pela pandemia na situação indicada.
Também ficou sem a necessária explicação a afirmativa: “Além disso, a distribuição não teve ligação com as necessidades da emergência, quando se considera a relação entre transferências e os locais com maior índice de mortes por habitante.”
Igualmente descabido que deva o governo federal manter um controle da relação de incidência de mortes por habitantes de todos os estados e municípios, como se tais unidade federativas não tivessem gestão própria, especialmente, quando elas foram ao Supremo Tribunal Federal arguir a competência para decidirem como enfrentar a pandemia.
Esse tipo de jornalismo cultivado em face de conflitos resultantes da mudança na gestão federal que supria a sustentação financeira das grandes empresas de comunicação e seus astros profissionais, é uma realidade sinistra para a sociedade porque desinforma a incauta massa de leitores.