Ciclismo de competição é tema de audiência pública na Câmara Municipal de Fortaleza
A Câmara Municipal de Fortaleza realizou audiência pública, nesta segunda-feira, 8, para discutir acerca da área de proteção do ciclismo de competição (ACPP). A audiência foi solicitada pelo vereador Léo Couto (PSB), autor do projeto. Segundo Léo Couto, há quase um ano que o projeto foi sancionado e ainda não saiu do papel. “Fortaleza tem 400 km de ciclovias, mas os ciclistas de competição não podem usar essas áreas, pois o limite de velocidade é 20 km. Então criamos essa lei para que eles tenham uma área exclusiva para treinos. Convidamos os gestores responsáveis do executivo, mas não aceitaram nosso convite”, disse.
O parlamentar ressaltou que elaborou a proposta em comum acordo com a Federação Cearense de Ciclismo – O projeto de lei 0450/2021, mas o prefeito vetou os dois principais artigos. “O artigo 2, que foi vetado, diz que podem ser criadas duas ACPP’s em Fortaleza, sendo uma em caráter experimental e o horário será determinado pelo órgão competente. Colocamos o horário de 4 h as 7 h da manhã na cidade Fortal, que não tem trânsito. O artigo 3, que também foi vetado, diz que todo o trecho deverá ser em duas vias, sendo utilizada à esquerda com sinalização horizontal”, comentou.
Segundo Couto, depois de toda discussão, o prefeito Sarto sancionou a lei no dia 12 de julho de 2022, a lei 11.229/2022. “Ele só sancionou o artigo 1º e o 4º, onde diz que o poder executivo regulamentará a lei. Perdemos boa parte do projeto, mas a lei foi sancionada. Queremos saber porque essa lei ainda não foi colocada em prática. Foi anunciado recentemente um pacote de segurança viária, mas não contemplou a ACPP”, pontuou.
O vereador Júlio Brizzi diz que o projeto é simples, pegar uma área da cidade que não tem muito trânsito e deixar o espaço seguro para ser utilizado pelos ciclistas de competição treinarem. “Isso vai fortalecer esse esporte em nossa cidade, mas falta vontade política. Não podemos deixar de discutir a política pública. Essa lei poderá salvar vidas. Me somo ao vereador Léo Couto e as federações. É preciso intensificar o movimento e fazer com que os atletas fortaleçam essa reivindicação”, destacou.
Daniel Pagliuca, presidente da Federação Cearense de Ciclismo, disse que o pleito vem sendo discutido há dois anos na perspectiva do ciclismo de competição. “A ideia é criar um espaço para tornar o ciclismo em esporte. Construir um modelo que possa ser replicado em todo Estado. Implementar o projeto para fazer os ajustes e trabalhar novas perspectivas, nós como entidade representativa do Esporte. Você tem que ter ambiente seguro que possa ser sinalizado, pavimentado. Criar espaço para levar as crianças e adolescentes com segurança. A gente precisa praticar a ACPP para começar a melhorar o projeto,” ressaltou.
O vereador Léo Couto disse que é uma irresponsabilidade não colocar em execução um projeto que já é sucesso em outras cidades. “Estamos pedindo algo que já está entranhado em nossa cidade. Foi uma cultura que veio sendo criada e hoje é um verdadeiro sucesso. Precisamos de uma área para ciclista de competição. O esporte movimenta o comércio, quantas pessoas não vivem de bike? vivem do ciclismo? É fundamental que a gente coloque em prática a lei da ACPP em nossa cidade”, argumentou. Ele citou projeto de igual teor de autoria da deputada Juliana Lucena que está em tramitação na Assembleia Legislativa.
Perda
Jardel Silva, técnico da Seleção da FCC, disse que os atletas saem para treinar 6h30 da manhã pelas vias da cidade. “Eu me sinto responsável por cada um deles, e cada um deles se sente responsável pelo outro. Com a ACPP poderemos fazer escolinha de ciclismo, creio que vai ter um melhor desenvolvimento do nosso esporte. A maioria dos que praticam o esporte vem da escola pública. Acho muito importante essa área. Todo mundo ganha na verdade. Atualmente tenho uma certa dificuldade em dar aula para aluno iniciante, então esse espaço vai servir muito para quem quer iniciar no esporte. Recentemente perdemos um grande atleta no Crato, por imprudência do motorista, atleta categoria master, o Manoelzin Fibra de Carbono, atropelado e morto,” lamentou.
Falaram Samuel Helton, diretor jurídico da FCC e Alexandre Girão, coordenador da Federação de Triatlon de Fortaleza. A mesa da audiência foi formada pelo vereador Léo Couto (presidente), vereador Julio Brizzi; Daniel Pagliuca, Federação Cearense de Ciclismo (FCC), Samuel Helton, diretor jurídico da FCC; Jardel Silva, técnico da seleção da FCC; Alexandre Girão, coordenador da Federação de Triatlon de Fortaleza.
Fonte – Comunicação Social da Câmara Municipal de Fortaleza