Advocacia

As startups em tempos de Corona

Em artigo divulgado na imprensa local, o advogado cearense Machidovel Trigueiro Filho, professor na Florida International  University e pesquisador em Stanford, afirma que “o setor de saúde é um dos segmentos mais carentes do nosso país e essa crise do corona demonstrou essa fragilidade. Nessa área, as startups buscam criar soluções escaláveis, tecnológicas e inovadoras”;  Leia aqui o artigo completo.

“O setor de saúde é um dos segmentos mais carentes do nosso país e essa crise do corona demonstrou essa fragilidade. Nessa área, as startups também buscam criar soluções escaláveis, tecnológicas e inovadoras. A expansão dessas “healthtechs” começou muito antes de falarmos nesse novo vírus, contudo, a pandemia poderá descortinar a importância dessas empresas modernas. Do ponto de vista macro, sabemos que a luta contra o coronavírus depende basicamente de informação e colaboração. Será assim que venceremos as guerras contra as pandemias futuras. Até porque, outras virão. Já do ponto de vista micro, a inteligência artificial inserida nessas empresas já permite que médicos realizem procedimentos de forma remota, seja nos exames e diagnósticos, seja na prescrição de medicamentos. Além disso, há tecnologia avançada hoje nas próteses e nos robôs com precisões cirúrgicas antes impensável. Consigo igualmente visualizar que brevemente os dados biomédicos de uma população estarão disponíveis para um monitoramento contínuo e a distância por profissionais da saúde e por sistemas de Inteligência Artificial (IA). A ida ao consultório e até mesmo aos laboratórios somente será necessária em casos mais extremos. A vantagem disso está na identificação de doenças em suas fases iniciais, podendo dessa forma o paciente ser tratado bem antes que os eventuais problemas se tornem críticos. Nesse modelo, o colapso em um sistema de saúde de uma cidade seria improvável, uma vez que os níveis de eficiência do tratamento preliminar, ou seja, na prevenção de doenças alcançaria patamares nunca antes possíveis. Mais uma vez, a tecnologia vai mudar tudo! Prova disso é que, nesses tempos de corona, houve uma rápida adaptabilidade nas novas formas de viver.

Amigos combinaram encontros virtuais. Cantores, influenciadores e estudiosos experimentarem novas formas de apresentar suas “lives”.Empresas rapidamente adotaram o “home office”. A Justiça aperfeiçoou ainda mais o tele trabalho. No Ceará, algumas escolas possibilitaram os alunos estudarem virtualmente desde seu lar (educação à distância), quebrando o modelo tradicional. Ouso afirmar que até mesmo nossa sanidade mental é beneficiada nesses tempos estranhos. Não obstante o imenso e negativo efeito econômico global, hoje relatado nos quatro cantos, há várias lições apreendidas, entre elas, o potencial transformador desta crise que trará consequências imprevisíveis nessa década que se inicia. Nesse contexto, prevejo que elas podem até evidenciar fragilidades no curto prazo, porém positivas no médio prazo, ao contrário do que muitos pessimistas já escreveram. Aposto em nova quebra de paradigma que permitirá acelerar as inovações tecnológicas a um ritmo nunca visto. Os ganhos de eficiência e de produtividade pelo aprendizado serão enormes. Dentro de um novo modelo de trabalho, cidades também passarão rapidamente por grandes transformações com uma nova forma de logística e até de vendas.

As crises, porém, sempre apresentaram as suas oportunidades. Quando conclui minha primeira graduação em Economia, em meu convite personalizado de formatura estava aposto, “as oportunidades aparecemdisfarçadas de problemas insolúveis”. E assim, toquei a vida. Vejo por

esse lado. No Brasil, grandes hospitais estão aumentando a aposta em startups de saúde como forma de evoluírem sua gestão e eficiência no tratamento dos pacientes. Recentemente, o Hospital das Clínicas de São Paulo abriu até um centro de inovação, chamado Distrito Inova HC, na linha do que já tinha feito o Hospital Israelita Albert Einstein. Pandemias como essa do coronavírus enfatizam ainda mais a necessidade de respostas rápidas e de startups dispostas a colocarem recursos financeiros e humanos para encontrar formas tecnológicas de evitar o alastramento de doenças como a que estamos experimentando. Enfim, estamos no tempo das Startups! Por outro lado, penso também que o momento é de reflexão. A IA é uma arma poderosa, mas, tudo isso ainda não será suficiente se a sociedade pensar de forma egoísta. Diria mais, se os indivíduos e a própria cidade forem egoístas. Temos que pensar coletivamente e acreditar no potencial da nossa união e acreditar uns nos outros. Sem isso, não aproveitaremos corretamente o grande potencial da tecnologia e das inovações. Esses tempos únicos que vivenciamos irão mudar muita coisa no mundo e espero que uma dessas mudanças seja um maior grau de colaboração na sociedade. Nesse cenário, pergunta-se quais as lições que aprenderemos do corona para construir cidades inteligentes ou mais seguras, ou seja, qual será o futuro das cidades? “